12.03.2018
Postado por Tainá Moraes
O futebol é um esporte para todos?
Sim, eu sou mulher e amo futebol. Sim, entendo de impedimento, entendo de falta e sei a história do meu clube. Não, eu não acho um elogio dizer que eu entendo de futebol como um homem, eu entendo como mulher. Não, eu não preciso que um homem me leve ao estádio, eu posso e irei sozinha, pois lá também é o meu lugar. Eu não vou deixar que o machismo dessa sociedade me impeça de amar o meu esporte favorito, de seguir o meu time do coração.
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O Brasil se orgulha do título de país do futebol, mas não consegue superar as marcas de uma sociedade machista que tenta a todo custo excluir e menosprezar a presença feminina nos campos, nas arquibancadas e no jornalismo esportivo. Mulheres ainda sofrem com comentários preconceituosos, com salários abaixo do que os homens recebem e com a ausência na cobertura de grandes eventos. Ainda existe uma barreira que insistem em manter de pé e que distancia o público feminino do esporte mais querido do Brasil.
Muitas meninas escutam frases como ‘sua presença embeleza o estádio’, ou ‘você entende as regras do futebol?’, e ainda tem aqueles que acham que as mulheres vão apenas acompanhar os namorados e maridos. É muito difícil para alguns homens entenderem que as mulheres podem e vão frequentar as arquibancadas, que elas vão sim gritar e vibrar pelo time, que elas sabem o que está acontecendo e que esse esporte NÃO é propriedade deles.
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Dentro de campo o preconceito é ainda mais forte, as jogadoras recebem muito menos que os jogadores, o público nos estádios para jogos femininos é quase zero, e as grandes mídias ignoram os campeonatos. Ser jogadora de futebol no Brasil é mergulhar em uma incerteza, é não saber se conseguirá espaço, e mesmo que consiga, ainda receberá pouco e não será valorizada como merece e deve. Até os grandes times e as grandes jogadoras são ‘pequenas’ se comparadas ao futebol masculino.
As jornalistas também não têm vida fácil, suas notícias são questionadas, seus méritos são questionados, há muitos casos que elas são desmerecidas por serem mulheres, pois para alguns ainda é muito difícil ver uma mulher falando desse esporte que por anos foi dominado por ELES. Infelizmente, o espaço para as jornalistas é restrito, ainda é difícil ver uma narradora.
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A luta por igualdade nos estádios é algo constante e diário para quem é apaixonada por futebol. Queremos conquistar nosso espaço, queremos ter o direito de ser torcedora, de não ter medo de ir só ao estádio pois alguém pode se utilizar disso para te assediar ou importunar. Queremos jogar e sermos reconhecidas por isso. Queremos trabalhar com futebol e não termos nossa competência questionada pelo gênero. QUEREMOS MUITO, queremos e conquistaremos, pois a história das mulheres é de luta e a luta pela a democracia entre homens e mulheres no futebol é apenas mais uma etapa para nosso triunfo.
