15.04.2018
Postado por Raisa Rocha
Cruzeiro 0 x 1 Grêmio – R01 Campeonato Brasileiro 2018
O Brasileirão é um dos meus campeonatos favoritos. A cada temporada fico com mais e mais vontade de conquistá-lo e acho mesmo que esse é o ano do tri.
Embora a CBF o tenha desvalorizado por supervalorizar Copa do Brasil, com uma premiação estapafúrdia de tão grande, a entidade tentou se redimir fazendo de Cruzeiro e Grêmio, no Mineirão, o jogo de abertura (algo bem estranho, visto que geralmente esta é missão honrosa do campeão atual, no caso o Corinthians). Se foi por sorteio ou não, não saberia dizer…
E no Mineirão, pra variar, o Grêmio deu show.
O jogo foi muito esperado, não à toa, duas das melhores equipes do Brasil e que há uma semana foram campeãs estaduais. Os dois treinadores têm alguma continuidade e os elencos são muito fortes, aonde vejo o do Grêmio mais equilibrado, mesclando bem juventude e experiência, enquanto o Cruzeiro tem um time mais pesado, grupo com média de idade alta e que ontem se mostrou ainda aquém taticamente.
Pra falar do jogo, pegarei emprestadas as entrevistas dos dois técnicos. Renato de cara lembrou como é difícil propor jogo na casa celeste e pontuou que o Grêmio não só joga bonito, mas que busca em todos os jogos a vitória. Enquanto isso, Mano assumiu que o seu Cruzeiro foi um time dominado. E é esta a crônica da partida, o Grêmio foi muito, muito melhor.
Ao final, 60% de posse de bola gremista, com boa parte do primeiro tempo na casa dos 70%, esmagando o time mineiro. Me perguntava se o Cruzeiro tinha mesmo entrado em campo. O Grêmio abusou e o Cruzeiro bateu.
Confesso que o primeiro tempo deu sono, foi jogo de um time só. Como uma serpente o Grêmio enroscava e dava voltas no time do Cruzeiro, mas sem conseguir chutar a gol. A superioridade foi absurda, Maicon e Arthur desfilavam destruindo no meio de campo e a sequência para os dois mostra que é esta a melhor formação possível – dupla superior às anteriores de Maicon e Wallace, Arthur e Michel/Jaílson. Com a volta do capitão, Renato mais uma vez acerta e com esse meio de campo o Grêmio é um time ainda mais difícil de ser batido.
Falando nisso, pelo o que temos escutado da diretoria e do Renato, há indícios da intenção e do planejamento pras três competições em disputa. Temos elenco e maturidade pra trocar peças sem perder as características, o estilo de jogo ou a força do time.
Luan sequer viajou para Minas Gerais, por desgaste e porque na terça-feira tem Libertadores. Maicon saiu cedo no segundo tempo e entramos com o estreante André, colocando Jael no banco. E estreia com o gol da vitória no segundo tempo, que foi mais agitado. As duas equipes imprimiram velocidade e foram pelo gol, até que pelos 8′ Ramiro e Leo começarem uma troca de passes irritante. Ramirinho venceu a disputa com Egídio e chapou um cruzamento de letra que Everton desviou e o camisa 99 completou. Sim, amigas e amigos, o Grêmio é tão espetacular que tem cruzamento de letra!
Minha aposta é de que o Grêmio adotará outra estratégia pra driblar o calendário. Não funcionou nem um pouco a ideia de time reserva ou de transição. Parece que a ficha caiu, finalmente, e que o correto é poupar e mesclar.
Paulo Miranda jogou ontem por corte de Geromel, devido a uma virose, assumiu e segurou a bronca. Aliás, jogou a metade final do segundo tempo com cãibras nas duas pernas e ainda após Kannemann ser expulso.
No ataque, Jael continuará tendo oportunidades e, com certeza, quando entrar fará o que já vinha fazendo: gols, assistências, aquela parede e pressão na saída de jogo. André é de todos os centroavantes do elenco o mais qualificado, o mais badalado, e quando recuperar o ritmo e encaixar com toda a turma que sabe entregar bolas de qualidade… vai cansar de fazer gol! E ainda tem o Hernane Brocador, outro cara que sabe balançar as redes.
Na criação, o rei da piada idiota machista escrota Douglas, o 10, está para voltar e ainda tem o menino Tony Anderson. E também o Cícero, que substituiu Luan e novamente deixou a impressão de que o time joga com um a menos, mas se não se pode confiar nele, confiamos em Renato.
Na volância, pra suprir a dupla titular tem Jaílson, Michel, Matheusinho e mais molecada pra subir, o que sempre acontece e nos surpreende.
As laterais são o setor mais fragilizado, mas preciso destacar a boa sequência que Leo Moura vem fazendo. Quando bem fisicamente, pode e irá ajudar muito. Madson é ainda incógnita, mas pode ser que aguente o peso do manto dono da América. Na esquerda Cortez precisa de um reserva pra sentir que não é intocável, ainda espero que seu futebol neste ano supere sua atuação nas redes sociais. E do Marcelo Oliveira já sabemos o que esperar.
A zaga precisa de no mínimo mais um jogador e é o que a direção garante que está buscando. No gol, Paulo Victor já provou que foi uma grande contratação e que se Grohe não puder atuar, não há o que temer.
Temos time, temos grupo e temos elenco. Temos continuidade de comissão e a cada janela perdemos poucos jogadores e ganhamos acréscimos pontuais e de qualidade. Dá e dá muito pra girar o elenco, mirar as Copas e não perder a força no Brasileiro.
* Everton está voando. Esperou por Pedro Rocha e por Fernandinho, está ciente de que é a sua vez e não vai deixar passar! Será um dos melhores jogadores do Brasileirão e um dos destaques do título (amém!).
* Sobre a arbitragem, serei breve: Rodolpho Marques não teve critério. Se a expulsão de Kannemann foi justificada, porque a mesma falta de Edílson não surtiu sequer uma chamada verbal? O Cruzeiro bateu e bateu muito, mas os cartões só surgiram após a expulsão, como compensação. Falando em compensação, em jogo às 19:00 entre Vitória e Flamengo, Wagner Reway marcou pênalti inexistente de Everton Ribeiro e o expulsou e depois deu de presente para o Flamengo um gol absurdamente impedido. Ou seja, maaaais uma vez a arbitragem será tema constante por um ano inteiro, a cada rodada, até cansar.
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