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15.05.2018

Postado por Caroline Araujo

A culpa não é do Roger

Corinthians 1 x 0 Palmeiras – R05 Campeonato Brasileiro 2018

Perdemos para nosso maior rival. Mais uma vez. Pela sexta vez… seis derrotas em sete jogos contra o Corinthians. O retrospecto chega a doer, a dar raiva. O resultado da partida do último domingo foi inaceitável, encheu o copo, transbordou e respingou no torcedor que desligou a TV com raiva, que jogou o controle esbravejando o placar, no torcedor que se deslocou até a Academia de Futebol em busca de respostas, em busca de soluções. Chegou até o ponto mais alto de uma crise: o pedido de demissão do treinador. E é aí que quero chegar… A culpa não é do Roger Machado! A culpa é da desestabilidade emocional diante do clássico.

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Chegamos na Arena Corinthians carregando na bagagem ótimos resultados em jogos difíceis, esbanjando o título de melhor equipe da Libertadores e de melhor visitante da temporada. Entramos para a seleta lista dos times que venceram o Boca Juniors na Bombonera, cuja derrota foi a maior sofrida pela equipe argentina, em seu estádio, pela Libertadores. O Palmeiras vem acumulando vitórias no Campeonato Brasileiro e conquistou vantagem para o jogo de volta da Copa do Brasil. Olho pra trás e vejo um excelente trabalho do nosso treinador… a derrota em um clássico não pode jogar no lixo o retrospecto de meses.

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A culpa não foi e não é de Roger Machado. A culpa está dentro de campo, nos noventa minutos de jogo, na desestabilidade dos jogadores ao tomar o gol e não conseguir correr atrás do prejuízo. A culpa é do monstro e do certo medo que estamos criando diante dos clássicos contra o Corinthians. O que eu vejo são jogadores entrando em campo recuados… não recuados taticamente, recuados mentalmente, receosos diante da partida, ansiosos por fazer o melhor e, mesmo assim, isolando a bola diante do gol, temerosos com a arbitragem. Vejo jogadores que se desestabilizam diante do gol adversário e entram em uma correria desenfreada que não leva a nada, muito menos ao gol. Em todas as seis partidas em que saímos derrotados, o Corinthians  marcou primeiro e nós não conseguimos reverter o placar. Em nossa única vitória, nos últimos sete jogos, conseguimos fazer o gol antes e seguramos o resultado. Isso nos mostra que o fator psicológico está mais atrelado à derrota que a qualidade tática do time e a eficiência do treinador. Ao levar o gol do Corinthians, os jogadores palmeirenses entram em total desestabilização, falta de foco e nervosismo a flor da pele, o que fica nítido durante os jogos, e não conseguem jogar da forma que deveria… O time desmonta e o futebol fica apático. Isso é inaceitável!

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O Corinthians não é um bicho de sete cabeças que tem o poder de nos botar medo e nos diminuir! NÃO!! Nunca será e precisamos desmontar esse mito. Cadê a raça dos jogadores que correm atrás do prejuízo em qualquer outro jogo, mas que perdem o rumo diante do rival? A questão não é técnica, é psicológica!

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Algo precisa ser feito e não é mudar de técnico… do jeito que está, pode vir qualquer treinador que o problema persistirá. A mudança está no individual de cada jogador e no coletivo, na preparação psicológica para o clássico e na raça de lutar contra qualquer medo ou insegurança. O Corinthians não é um fantasma, nós que precisamos parar de ter medo de moinhos de vento.

Fotos: César Greco / Agência Palmeiras

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