Grêmio, Libertadores da América
02.05.2018
Postado por Raisa Rocha
Grêmio 5 x 0 Cerro Porteño – Fase de Grupos da Copa Libertadores da América 2018
São poucas as coisas na vida que amamos mais do que noites de Libertadores. E esta começou cedo, numa terça-feira de feriadão, partida marcada pras 19:15h e que teve aquecimento iniciando cedo pros milhares de gremistas mundo a fora. Na nossa Arena, quase 45 mil pessoas presenciaram mais uma noite pra historia do fantástico Grêmio do Renato, do maior Grêmio de todos os tempos (afirmação que venho fazendo antes da imprensa gaúcha monopolizar os debates pós-jogo nesta pauta).
E dentre os privilegiados que puderam acompanhar de perto, Tite, o treinador da seleção brasileira, às vésperas da Copa do Mundo. Sabem o que eu acho? Que não se trata de Geromel, Arthur, Grohe, Luan ou Everton (!). Acho mesmo que o Adenor anda é querendo entender das dinâmicas do nosso tricolor, tá querendo sugar do trabalho do Renato, quer levar a extraordinária inteligência coletiva do Grêmio pro time que vestirá amarelo na Rússia.
E o Cerro, atual campeão paraguaio e um dos maiores do seu país, entrou em campo como o então líder do grupo e saiu atropelado, sentiu os desprazeres dos que tem pela frente o Campeão da América. Tomou um baile, mas se serve de consolo, é só mais um da lista que não cessa.
Intenso e tranquilo. Soberano, ao ataque. O Grêmio construiu a goleada ao natural, mas é importante ressaltar que até abrir o placar, aos 28′, o time paraguaio marcava alto e o tricolor tinha dificuldades de avançar pelo campo de ataque. Mas o Rei de Copas é um time que não se apavora, nem nos momentos difíceis, tampouco quando tem um clarão aberto num contra-ataque, construído sempre com absoluta consciência.
Com todo o gás até o apito final, jogando sozinho, alguém ainda questiona a preservação dos jogadores na última rodada?
Destaque pro menino Everton, o Cebolinha, que levou pra casa o troféu de melhor da partida e que tem sido o melhor jogador do Grêmio neste ano. Tá rasgando a bola, meteu dois e fez de tudo em mais uma noite memorável.
Jael segue sua média e deu assistência importantíssima pro gol que abriu a goleada e ainda deixou o seu.
Fizemos dois gols em lance de escanteio e no final de semana, no jogo do time misto contra o Botafogo, também anotamos um. Expediente importantíssimo e que precisa ser efetivo para quebrar adversários cada vez mais fechados.
Luan é o maestro em campo e tem estado cada vez melhor pelo coletivo, mas na hora da definição não esbanja a confiança de outros tempos. Quem sabe seja ressaca após atingir o auge de ser coroado o Rei da América. Se estou preocupada? Nem um pouco. É craque, é o 7, move o time, tem a mística e o gremismo no corpo.
O meio de campo com Maicon e Arthur é algo lindo de se ver, chega a doer. E dizer que teve gente cravando que “Maicon não dá mais”…
Ramirinho é a alma do time. Entrega, qualidade, inteligência e gol de cabeça do gigante de 1,68m.
E, é claro, não posso me despedir sem registrar os 840 minutos incólumes de Marcelo Grohe, e contando. Faço coro ao nosso goleiro, que não cansa da dividir os créditos com todo o time, que defende desde o primeiro até o último jogador, inclusive com os que estão no banco de reservas. E como não poderia deixar de ser, mais uma noite de seriedade e exuberância da dupla Geromel e Kannemann.
Cortez parece finalmente ter readquirido o ritmo e Léo Moura será muito, muito importante nessa jornada de 2018, anotem!
Assistir a este Grêmio jogar é como admirar uma obra de arte. Em movimento, áudio, visual e genial, películas sempre de 90 minutos, refinadas e com desfecho já conhecido. É apurar os sentidos em busca dos segredos nas linhas, do roteiro. É firmar a atenção para não perder nenhum drible, manter o sorriso fixo no canto de boca, admirada. É um sonho o que joga este Grêmio, um delírio!
Fotos de Lucas Uebel/Grêmio FBPA
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