27.08.2018
Postado por Ana Clara Costa Amaral
Cruzeiro 2 x 1 Fluminense – R21 Campeonato Brasileiro 2018
Demorou, mas ela veio. O Cruzeiro voltou a vencer no Campeonato Brasileiro após incríveis 6 rodadas de jejum, período no qual pontuou 3 dos 18 pontos possíveis. Alguns dos resultados na seca foram muito injustos – como na derrota para o Corinthians e empate com Vitória, mas, de resto, o time reserva não tinha muito o que aspirar mesmo. O distanciamento dos líderes na competição por pontos corridos era quase natural diante da prioridade copeira do time, que é também a vontade da torcida.
O Cruzeiro de Mano Menezes atua sempre “na conta do chá”, nunca falha em nos irritar e raramente falha em conseguir o resultado necessário, quando estritamente necessário. Foi assim que nos classificamos contra o Santos na Copa do Brasil, deixando docilmente ir para os pênaltis uma classificação já encaminhada, só para consagrar ainda mais Fábio.
Igualmente, no Brasileiro já estávamos chegando no limite da estratégia, que é ficar no G6 e garantir a vaga na Libertadores do ano que vem, no caso de algum erro de cálculo pelas bandas copeiras do calendário celeste. Após um ótimo empate em Porto Alegre na rodada anterior, em que um time com 6 reservas segurou o time titular do Grêmio, o Cruzeiro poupou apenas dois titulares para garantir a vitória contra o Fluminense.
Como a maior parte dos times vencedores na Copa do Mundo, como o Corinthians ano passado e o São Paulo vem fazendo este ano no Brasileiro, o Cruzeiro não teve a maior posse de bola. A diferença costuma ser até maior, mas como a proposta do Fluminense tampouco é de ficar tocando a bola, as equipes se revezavam em breves períodos de contundência. Bom para Mano, que pratica o Manoball desde muito antes de ser da moda.
O Cruzeiro abriu o placar com Raniel, mais uma vez com desvio leve de cabeça, em cobrança de falta de Arrascaeta. O Fluminense empatou com um lindo gol contra de Henrique, que de carrinho completou cruzamento de Ayrton Lucas, sem chances para Fábio. Não era um bom dia da nossa defesa, que também vacilou com Dedé no lance.
Com muitas bolas alçadas na área sem direção, nosso meio-campo esteve abaixo, até mesmo Arrasca, que foi o melhor em campo pelo Cruzeiro. No segundo tempo, de perigo mesmo tivemos apenas dois lances de TN30, com um chutaço de fora da área e grande defesa do goleiro adversário, e o gol mais “perdido” da rodada: após matar bonito no peito, deslocando o marcador dentro da área, Thiago, de frente para o crime, isolou a bola.
Apesar da pouca criatividade, o Cruzeiro mereceu a vitória. Ela veio na infelicidade de Ayrton Lucas, que desviou cruzamento para a própria meta, em um dos exemplos mais nítidos de carma instantâneo futebolístico.
Mais uma vez, o Cruzeiro cresce na hora H e está pronto para jogar melhor contra o Flamengo, na quarta-feira, oportunidade na qual a torcedora espera sair do Mineirão contabilizando enfartes e classificação para as quartas-de-final da Libertadores. A conta do chá destes anos de Mano a frente do Cruzeirão Cabuloso adverte que é o mais provável.
Em tempo, se você também acha que o povão que acompanhou esta partida também ter que ter vez nos grandes jogos, e desconfia das recentes alterações no sócio-torcedor que eliminaram justamente as categorias mais populares, convido que conheça o movimento Somos o Cruzeiro. Em um momento em que se discute o direito ao voto do Sócio-Torcedor em todo o país, é no mínimo sintomático que a panelinha busque restringir o acesso ao programa – é preciso critérios para votar em uma instituição gigante como o Cruzeiro, mas acredito que o critério de tempo de associação e ficha limpa, por exemplo, são muito mais eficientes para o clube do que um critério de renda.
Colaboração Coletivo Maria Tostão
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