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12.03.2018

Postado por Raisa Rocha

Grêmio, o dono da porra toda!

Internacional 1 x 2 Grêmio – Campeonato Gaúcho 2018

Lucas Uebel/GFBPA

Lucas Uebel/GFBPA

Chegou! O futebol imbatível do Grêmio pisou em 2018 (porque a mística dessa camisa já está aqui faz tempo, com Recopa e tudo). Para os impacientes, não há mais o que esperar. Em tarde de adultos contra crianças, o tricolor fez um primeiro tempo arrasador na casa do adversário, como estamos acostumados a ver a no mínimo dois anos.

No GREnal 413 o Grêmio garantiu a classificação com o que tem de melhor em seu repertório e o Inter, na segunda etapa, evitou sofrer nova goleada, o que seria trágico antes da decisão com clássicos em jogos de ida e volta, já a partir de domingo.

A primeira treta ocorreu ainda no sorteio da moedinha. Maicon falou na cara dos presentes que estaria de olho em D’alessandro, aquele que gosta de apitar as partidas. O argentino tentou ir pra cima do capitão tricolor e nada mais fez durante os 45 minutos iniciais.

Pedro H. Tesch/Estadão Conteúdo

Pedro H. Tesch/Estadão Conteúdo

Ainda antes do apito e abrindo o domingo, o Barcelona anunciou em suas redes o jogador Arthur, com direito de compra assinado para julho e a permanência no sul até janeiro de 2019. O guri ficou como opção na reserva e na escalação nossos desejos foram atendidos: Luan em campo, Cícero no banco e Jael na frente. A presença do Rei da América muda completamente a qualidade de jogo do tricolor e foi ele o dono da partida, destruindo tudo num primeiro tempo onde o Grêmio massacrou e ele marcou duas vezes, além de dar duas assistências que Jael e Everton desperdiçaram.

Se o Inter pretendia ditar o jogo, não chegou nem perto. Edenílson foi o único jogador colorado com alguma atitude e vitoria pessoal e Dudu o coitado da tarde, errando e entregando tudo. Enquanto isso, Luan, Everton e Ramiro jogavam soltinhos, à vontade, tabelando e se movimentando com facilidade e encontrando os espaços na zaga vermelha. Muito bem resguardado por Jaílson e Maicon, o tricolor ia cavando faltas, conseguindo escanteios, ocupando o campo deles e empurrando o dono da casa pra dentro.

O pobre menino Inter achou que poderia atacar o Grêmio aos trancos e barrancos, de qualquer jeito. A arrancada tosca do irmão mais novo só fez abrir espaço pro Grêmio trocar a bola e pro Jaílson enfiar um passe de cinema pro Cortez, em corrida na lateral e direto na área. Cruzamento pra quem? Pra ele. Luan, menino Luan! O craque! Que difícil jogar contra o Grêmio esses dias, que difícil que é ser colorado!

Lucas Uebel/GFBPA

Lucas Uebel/GFBPA

E aí, meus queridos, mal deu tempo de tomar a aguinha do verão que o Inter errou mais uma e Everton riscou pela lateral, invadiu a área só parando no carrinho rasgante do tal do Cuesta. Pênalti e ma-is-um-gol-do-Lu-an-no-in-ter. O carrasco, o pai, o dono da porra toda.

Lucas Uebel/GFBPA

Lucas Uebel/GFBPA

Antes do intervalo, Everton perdeu de fazer o terceiro e o tricolor administrou a desgraça alheia ao som das vaias de um Beira-Rio lotado. Além de algumas provocações, um único escanteio como a tentativa mais próxima ao gol do Grohe.

Rondava no ar o fantasma do 5×0. Mas aí, GREnal é GREnal e como têm sido os últimos, é um tempo pra cada. E Dourado meteu de cabeça aos dois minutos da segunda etapa pra dar novos ânimos ao clássico.

Ricardo Duarte/Internacional

Ricardo Duarte/Internacional

Dali em diante o Inter foi pra pressão e o Grêmio não conseguia fazer parar a bola. Aos 16 de jogo veio Alisson no lugar do Madson, invertendo com Everton, povoando e trazendo mais ímpeto ofensivo para a linha de ataque.

Como o maior clássico do país não é pouca bobagem, teve até substituição de juiz, parando o jogo por 6 minutos e dando um fôlego pra Renato tentar arrumar o time. O perigo do empate era eminente, principalmente por bola aérea, mas também por Nico López.

A primeira troca de Renato não surtiu efeito, então o Homem-Gol tirou Jael, que não fez bom jogo, trazendo Michel pro meio. Aos poucos o tricolor foi conseguindo conter aquela pressão e o jogo se arrastava truncado, de paralisações a todo momento e com o quarto árbitro queimando na fogueira por pegar o jogo andando. A cada marcação, jogadores rodeando o homem em protesto. Difícil.

O GREnal foi até os 57’ e antes do apito final, bola de Nico López rasgando a trave esquerda de Grohe e falta cobrada por D’alessandro saindo à direita da meta. Apesar da pressão colorada, Marcelo executou poucas defesas.

Se Luan foi o dono do primeiro tempo, Geromel abusou na segunda etapa. Não é só na vontade que se vence do Grêmio, filho. O homem jogou tanto, mas tanto, que acordou convocado por Tite para dois jogos da Seleção (o que tirará o mito da partida decisiva, na quarta-feira, dia 21).

O futebol exuberante e exagerado do Grêmio pode estar de acordo com o status de Campeão da América, mas não foi assim algo tão condizente com a identidade histórica do duelo. Pra compensar, na segunda metade o Inter pegou o jogo pra si e na bravura deu ares de feiúra com erros, trombadas, chutão e pressão no chuveirinho. Chegadas mais fortes e descontrole emocional, correria e espanadas arrancaram sangue e suor dos dois lados e aplausos das duas torcidas, cada uma a sua maneira, aliviadas pelo final da partida.

Domingo e quarta-feira tem mais, é Grenal pra ninguém botar defeito! Primeiro na Arena, depois mais uma vez na beira do Guaíba. Suponho até lá um Inter sem conseguir dormir de medo do apavorante gigante de azul, preto e branco. Em mata-mata, sabemos muito bem do que o Grêmio é capaz.

 

Foto de capa de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

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