03.04.2018
Postado por Letícia Carolinne
Cruzeiro caiu na pilha
Atlético 3 x 1 Cruzeiro – Ida da final do Campeonato Mineiro de 2018
Quero começar mencionando que o Cruzeiro começou a se perder nessa final antes mesmo do apito inicial. A partir do momento em que assumimos a postura de time midiático, de quer sempre cutucar o rival, se enaltecer demais… Perdemos significativamente a essência dessa instituição, que sempre sobressaiu por méritos próprios e pela a torcida maravilhosa que temos. E não por estar nas notícias dos principais programas de esporte pelo elenco milionário sendo favorito em tudo.
Se querem mesmo saber, esta postura de “comer pelas beiradas” sempre foi algo com o qual me identifiquei muito. Não é que não seja ótimo ver o Brasil se render ao seu time jogando, entretanto de certa forma isso pesa negativamente demais. Ficamos expostos demais. E por onde começar a dizer dessa atuação medíocre do Cruzeiro?
Acho que da zaga.
Duas bolas defensáveis do Fábio, sejamos honestas. Mas apontar dedos para ele após uma atuação que nos salvou de um jogo ainda mais desastroso seria tão baixo quanto o resultado. Para Fábio, meu silêncio. Digamos que compensou o erro com as outras defesas das sapatadas onipresentes de Otero, a única jogada ofensiva do rival, que teve como mérito coletivo a anulação de nosso meio-campo. Léo outra vez atuou dentro das suas potencialidades e não comprometeu. É um atleta muito entregue e dedicado, mas como qualquer defensor paga pelo setor inteiro.
Murilo e Egídio foram duas das várias figurinhas da partida. O primeiro jogou covardemente, escondendo sua responsabilidade em um momento tão importante da primeira parte da temporada. Acovardou-se e comprometeu muito o setor, sendo participativo negativamente nos três gols, evidenciando a necessidade da entrada de Dedé e a deficiência da bola parada defensiva do time, que berrou por ajustes na Argentina, abafada pelos jogos fracos do rural onde passamos sem sofrer gols. Sem desculpas, Mano Menezes. Em minha opinião, crucificar seu trabalho como um todo chega a ser uma covardia, mas apontar suas falhas é obrigação de nós torcedoras, para evitar placares ainda mais dolorosos, visto que quarta-feira é Libertadores e a atmosfera é diferente principalmente tratando da estreia em casa. Egídio lutou muito ofensivamente, mas sua deficiência defensiva escancarou o ataque ao rival, e foi prato cheio aos atletas do outro time.
A dupla Ariel e Henrique, assim como todo o meio campo, nem foi para jogo. Sem qualquer objetivo tinha a bola e a rifava, esperando qualquer milagre vindo do garoto Raniel, que pouco pôde fazer. Evidencio os nomes dos volantes pois os insiro como parte do setor defensivo que foi ridículo para não dizer palavras piores. Volto a questionar Mano se Lucas Romero não merecia disputar uma vaga na sua posição, para deixar a marcação mais leve e rápida já que nessa partida o Cruzeiro mostrou que o peso da idade dificultou a marcação dos jogadores velozes do adversário.
E com Thiago Neves displicente, um ou outro passe funcionava. Robinho deslocado no lado direito, com pouca velocidade devido a característica técnica também não tinha muitas opções enquanto Rafinha, em minha singela opinião, vem fazendo hora extra na titularidade. O mais incrível disso é pensar que em 2017 nessa posição de atacante pelos lados sobravam opções, hoje as faltam. Alisson faz falta para mim. Arrascaeta precisa mostrar uma boa partida esse ano pelo Cruzeiro, apesar de que penso que sua entrada melhorou o futebol do Cruzeiro infinitamente. Mas naquela altura o placar já estava consolidado e o sinal amarelo aceso: às vésperas da estreia em casa pela Copa Libertadores, o Cruzeiro tomou um “tá ligado” do rival na final do rural. Prato de mão cheia para pegarem no nosso pé e implantar crise aqui.
Mas tenhamos os pés firmes no chão de que aquele gol do Arrascaeta, com a incisiva e ágil participação de Mancuello, nos deixou vivos para uma decisão dentro da nossa casa. Sassá entrou muito bem no segundo tempo, perdendo um gol incrível de cabeça e quase anotando outro, após driblar o goleiro adversário e se atrapalhar com a bola.
É preciso caminhar um passo de cada vez sem perder o foco. Vamos concentrar no time traiçoeiro do Vasco, que não desiste do jogo e no qual precisamos de uma vitória para ter paz na competição. E digo mais, se tratando do primeiro jogo em casa, não queremos um show de futebol, mas sim um resultado consistente, usando do potencial que sabemos que esse elenco tem e que fez valer o investimento. Mas peço outra vez que nós torcedores sejamos inteligentes para lidar com essa sequência chave do primeiro semestre. Não podemos nos abater por comentários negativos de imprensa ou rivais. Vamos manter a química saudável com o plantel e o treinador. Vamos dar a eles suporte para trabalhar sem deixar de cobrar o alto nível esperado. Eles têm de representar um Gigante das Américas e manter o respeito que temos dentro das nossas dependências. E nada de desânimo, sem deixar a peteca cair!
Clamo pela titularidade de Dedé e Mancuello, mas sem parar de apoiar o Cruzeiro. E que venha quarta-feira. Vamos lotar o Mineirão para manter nossa média maravilhosa. Avante maior das Minas Gerais, perdemos a partida, mas não a guerra!
Fotos de Gabriel Duarte/Globoesporte.com
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