Grêmio, Libertadores da América
18.04.2018
Postado por Raisa Rocha
Cerro Porteño 0 x 0 Grêmio – Fase de Grupos da Copa Libertadores da América 2018
O empate com o Cerro foi um tanto quanto frustrante, mesmo que jogando na casa deles lotada. Saímos com a sensação de que com um pouco mais daria pra vencer.
Se dizia que os paraguaios iriam pra cima, que seriam os donos da casa e buscariam a vitória, mas não foi isso exatamente o que se viu. É verdade que Grohe fez duas ou três defesas importantes, mas todas de tiros de fora da área, o máximo que se pode fazer contra o Grêmio. Sabemos muito bem que olhe lá o Real Madrid conseguiu entrar na nossa área pelo chão. Aliás, Geromel de capitão foi monstruoso, acertou a trave numa bicicleta que dói tanto quanto a barreria do Mundial e foi eleito o melhor em campo (redundância).
O que se viu do time da casa foi força bruta e linhas adiantadas, diminuindo o espaço de campo do Grêmio, que não conseguiu jogar ou ter a posse de bola para impor seu estilo de jogo.
Se repetiu na noite de ontem o que viveremos até o final da temporada – o giro de jogadores no time. E fomos surpreendidos com as entradas de Madson e Jaílson nos lugares de Léo Moura e Maicon, enquanto a ausência de Luan e a insistência inexplicada em Cícero já eram esperadas. E passa muito por aí a não vitória contra o atual líder do grupo.
É chover no molhado lembrar que Arthur e Luan são insubstituíveis. Não há no Grêmio nem no futebol brasileiro inteiro jogadores com a categoria ou a facilidade com que jogam ou que desempenhem funções semelhantes às deles. Sem o camisa 7 e o capitão, restava a Arthur a missão de conduzir o meio de campo tricolor, tarefa que o craque não conseguiu cumprir e, na minha opinião, por receio. Cedo no jogo Arthur começou a apanhar e dali em diante vi o guri evitando o contato com o marcador naquele seu giro característico. Como raramente vemos, Arthur ficava pouco tempo com a bola nos pés, jogando longe dos adversários e longe das zonas ofensivas, muito mais próximo aos zagueiros e raramente subindo para auxiliar na armação, mesmo que tivesse um Jaílson brigador e marcador para segurar tudo e lhe liberar.
E sobre Luan, como se não bastasse sua ausência, Renato ainda teima em escalar Cícero. Porque? Faz tempo que eu digo: com o “camisa 10” o Grêmio joga com um a menos em campo. Cícero não ajuda e ainda atrapalha. Ele não parece entender nada da dinâmica do time que já integra a mais de 6 meses. Não me lembro de uma assistência sua, não o vejo roubando bola, dá passes errados, pensa errado, faz escolhas erradas, não chuta quando deveria, passa quando não deveria… Ontem foi à gota d’água – espero que para Renato também. De todos os jogos ruins do jogador polivalente que não joga bem em nenhuma posição, este foi o pior.
Pensando então que o Grêmio jogou com 10 jogadores, na casa do adversário pegando fogo bem ao estilo Libertadores da América, sem Maicon, sem Luan e ainda com um pênalti a seu favor não marcado (em Everton, no primeiro tempo), foi um baita resultado o empate. Estamos mesmo mal acostumados, se o Grêmio não samba na cara do adversário na sua casa ficamos preocupados, nos negamos a aceitar. Renato ontem nos ensinou um pouco de humildade, porque foi essa a escolha e a estratégia, a de não perder o jogo. É melhor um ponto não mão do que três voando.
Mas Renato também erra e demorou demais em substituir. Pelos 20′ do segundo tempo o Cerro começava a parar. Cansado, já não marcava nem ocupava seu campo de ataque, mas só aos 23′ entrou Michel (Cícero), aos 30′ Alisson (Arthur) e aos 36′ Thonny Anderson (Jael). Se os ofensivos tivessem entrado antes, é bem possível que a história tivesse sido diferente, mas tudo bem, voltemos às lições da humildade, a nossa trajetória pelo tetra não saiu do prumo.
O próximo jogo, sim. No dia 01 de maio, em Porto Alegre, o Grêmio tem que ganhar do Cerro Porteño de qualquer maneira, esta partida irá praticamente definir a classificação. Depois, o saco de pancadas Monagas, dia 15 de maio, na Venezuela, e pra fechar a fase de grupos, Defensor, na Arena, dia 23 de maio.
Sem lamentações, gurizada. Em busca do tetra, meu tricolor!
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