VOLTAR

,

23.11.2017

Postado por Raisa Rocha

O Grêmio irá libertar a América!

Grêmio 1 x 0 Lanús – Final da Copa Libertadores 2017

Reuters/Diego Vara

Reuters/Diego Vara

Pra começar, escutem o pai Renato: a vantagem é boa, sim! É final de Libertadores gurizada, vencer de dois ou três na ida seria lindo, mas não é assim que as coisas funcionam! O Lanús é o time que vira, uma grande vantagem poderia trazer um relaxamento perigoso ao Grêmio. A partida final será quente, o clima tenso plantado pela Conmebol e suas escolhas exigirá todos os sentidos em alerta. E eles terão de ir pro jogo. E o contra-ataque do Grêmio nós bem sabemos ser fatal (ainda #saudades, Pedro Rocha).

Não sei exatamente por onde começar essa resenha, mas não será possível não falar da arbitragem. O tema repercutiu tanto ou mais que a vitória do Grêmio em si, o que é justo, afinal fomos roubados e, em suma, os mafiosos nos fizeram viver o dia em que o Galvão Bueno falaria por todos nós!

Dos males, parece que perder o Kannemann é pior do que um pênalti que sabe-se lá se iríamos converter em gol… (sendo dois deles, um no Ramiro e outro no Jael, convenhamos que a chance de acerto aumenta…). O cartão que tirou nosso cão de guarda da final, ainda no primeiro tempo, é injustificável pois foi ele o agredido no lance. O time do Lanús bateu e retardou o jogo a partida inteira respaldado por uma arbitragem mal intencionada. Ah, e afinal o que é, pra que serve, como funciona e em qual circunstância se fará valer a porcaria do árbitro de vídeo?!

Ainda sobre nossa zaga titular operada, houve uma época em 2017 em que Bressan precisaria substituir Geromel nas Copas. Pois ele jogou as duas contra o Cruzeiro e as duas contra o Botafogo com muita dignidade, honrando as três cores, riscando do mapa toda e qualquer desconfiança. Vamos de Bressan. Quiseram os deuses do futebol que nem Pedro Rocha nem Kannemann saíssem nas fotografias campeãs. Assim será.

Reuters/Diego Vara

Reuters/Diego Vara

E antes de entrar no assunto jogo, minha sincera opinião à respeito de todos que estiveram na Arena do Grêmio nesta noite histórica: amigos, amigas, gremistas de todas as querências, porque é que vocês vão ao estádio em uma FINAL DE LIBERTADORES DA AMÉRICA se não é pra empurrar o time e ganhar a taça no grito, no caldeirão? E eu não estou falando de vaiar goleiro e de resmungar pra decisões da arbitragem. Estou me referindo a estar sentado na sua confortável cadeira nos setores próximos à arquibancada, de onde vem a cantoria, e repetir de maneira uníssona de modo a espalhar a energia em forma de som por todo o estádio. Estou louca, delirante de desejar minimamente essa atitude?

Foi frustrante estar em outro setor da Arena que não a arquibancada e perceber que cerca de 40 mil pessoas foram ao Humaitá para morrer de aflição ao invés de extravasar em vibração pra dentro do campo. Que Deus me dibre, mas fico pensando em qual comportamento um gol adversário iria causar… Me arrepio! E, como cravou meu amigo Éverton Silveira, “só digo uma coisa, ninguém acaba com planeta rezando e roendo unhas”.

Reuters/Diego Vara

Reuters/Diego Vara

Em meados de janeiro as tabelas da Conmebol, CBF e FIFA foram lançadas, garantindo uma longa espera até o final de novembro pela Copa. E este dia de 2017 chegou. Felizmente para nós, gremistas, que tanto amamos a Copa.

Do outro lado, um argentino pra honrar a tradição continental: o granate Lanús. Virgem, descostumado às glórias, mas é aquela velha história: se chegou na final é por méritos e em final não há favoritos.

Uma visita a Lanús: Quem é o adversário do Grêmio na final da Libertadores 2017?

O jogo foi duro, de final de Copa Libertadores da América. O Lanús foi provalecido, catimbeiro. Jogou pouco e pequeno, bateu e se colocou atrás da linha da bola. O Grêmio teve o ímpeto da partida, dominou e tocou a bola. Girou e girou na frente da área, não conseguiu terminar as jogadas e teve baixa produção ofensiva de fato.

Se os dois times são caracterizados pelo jogo no chão, foi bonita de ver a marcação tricolor, mordendo o calcanhar deles. Renato mandou Luan, Barrios, Ramiro e Fernandinho apertar e por duas vezes o goleiro Andrada quase entregou… pena que Ramiro e Arthur não tenham aproveitado o arremate.

Se faltaram chances de gol, não faltou espírito peleador ao Grêmio. O meio de campo de jogo foi todo de perde e ganha, com vantagem pro tricolor nas divididas e na retomada da posse. Jaílson e Arthur afinados deram aula na contenção, recuperação e distribuição. Geromel e Kannemann na alta performance de sempre, correndo a vida, se antecipando e vencendo todas as bolas por cima. Cortez e Edílson fizeram um partidaço, de muita segurança defensiva e fôlego no ataque.

Luan é um espetáculo de jogador, deverá ser premiado como o melhor da competição. A cada partida aparece mais confiante ou, como ele mesmo diz, sem medo de tentar a jogada. Esteve em todos os lados do campo, do ataque à recuperação no campo de defesa, buscando encontrar aquele espaço que o Lanús não deu.

Grohe operou mais dois milagres nos únicos 20 minutos em que o Lanús teve o jogo, no primeiro tempo. Na segunda etapa o Grêmio foi pra cima, do jeito que dava contra um adversário ainda mais fechado. O tricolor não conseguia chutar, dentro da área a opção era sempre por um toque a mais. Irritante! O desespero começava a tomar conta da gurizada e eu só emanava que “0 x 0 não, Grêmio!”, quando brilhou mais uma vez a estrela do maior de todos da história do GFBPA.

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Renato chamou seus homens: Cícero e Jael. Os dois, que só vestem a tricolor graças ao aval e às bençãos do Santo Portaluppi, saíram do banco para desestruturar a marcação argentina. Se Barrios teve grande atuação tática, Jael teve mais sucesso como pivô. Se o cruel ainda não fez nenhum gol com a tricolor, já deu algumas assistências. E Cícero dessa vez entrou pra jogar aonde sabe, no meio de campo, atrás de Luan. E dali ajudou a arredondar e verticalizar o ataque do Grêmio, de trás surgiu como o homem definidor da jogada.

Lançamento do Edílson. Escorada do Jael. Conclusão do Cícero. Gol do Grêmio. Mais um gol do Renato Portaluppi na Copa Libertadores da América!

Reuters/Diego Vara

Reuters/Diego Vara

Deste momento em diante o estádio saiu do coma coletivo e dividiu a loucura que é ser do Grêmio. Sinalizadores, muitos, celebrando a alegria do futebol e provocando aquela parada hipócrita no andamento da partida. Ainda antes do apito final o dito pênalti não marcado no Jael e ao fim do jogo bololô entre jogadores, staff e arbitragem.

Teve gritaria, batida na porta, o presida Romildo falando impropérios em frente as câmeras… Elementos que, de alguma maneira, fazem parte do tal futebol latino. E que esse título seja decidido no campo, no futebol. Se assim for, maiores ainda são as chances do Grêmio, que dominou a partida de ida. E com toda essa roubalheira, este clima, só vejo uma opção: Grêmio com sangue nos olhos, aquele time que não se intimida na casa de ninguém e que volta pra casa CAMPEÃO DA AMÉRICA.

 

Ler mais da Raisa Rocha

Ler mais do Grêmio

Ler mais da Copa Libertadores da América

A Bola que Pariu