29.10.2017
Postado por Roberta Pereira da Silva
São Paulo 2 x 1 Santos – R31 Campeonato Brasileiro 2017
É possível que esta analogia tenha sido feita milhares de vezes, entretanto, ela se encaixa perfeitamente em relação ao Santos no clássico de ontem. Nas palavras de Xico Sá “um time oco”, sem expressão e fraco. A força esperada de um time com possibilidades de ser campeão se foi como os cabelos que davam força a Sansão, é certo que esse cabelo vem sendo cortado há pelo menos quatro partidas atrás, porém, ontem a pá de cal foi colocada. Acabou o campeonato para o Santos.
Há uma insistência em colocar o Renato, mesmo que não esteja em plenas condições. Erros acontecem e Renatinho tem crédito, porém um dos gols do adversário foi originado em um erro de passe de seus pés. Ricardo Oliveira, que desencantou nas últimas partidas, não apresentou bom futebol. O único bacon da partida, mais uma vez, foi Bruno Henrique.
Me considero do campo otimista e há três rodadas abri os pulmões para questionar o modo como a imprensa trata a equipe santista. Contudo, é evidente que apenas nos números há a possibilidade de alcançar o título, pois em campo não há sombra de dúvidas que o time é incapaz de levantar a taça, quiçá a vaga direta para Libertadores. No primeiro tempo da partida, por incrível que pareça, o Santos teve mais posse de bola. As finalizações foram as mesmas seis para cada lado, porém, até o golaço de Alison, o time parecia ter desistido da partida e era totalmente envolvido pelo entusiasmo do time adversário em chegar aos 47 pontos. O gol deu outra cara para a partida e a torcida (mais uma vez impedida de entrar em campo pelo absurdo da torcida única) gritava por dentro “Santos o time da virada, Santos o time do amor” em vão… A desorganização tática, ausência de criatividade e falta de empenho garantiram a vitória adversária.
A novela dos ovos mexidos teve novo capítulo e após a partida o professor Levir foi demitido. Dizem que por telefone, para mim, desrespeito. Umas das críticas principais foram a ausência de treinamento, folgas estendidas e a incapacidade em fazer a equipe jogar.
Quanto às folgas, temos a tendência de acreditar que devido às altas cifras salariais os jogadores não deveriam ter direitos a férias, descansos remunerados, e teriam que trabalhar ininterruptamente. Não concordo com essa afirmativa, contudo, soa estranho um time com possibilidades de ser campeão não se dedicar a um treinamento mais intenso.
No outro núcleo novelesco temos o “caso Zeca”, desaparecido por dois dias e que resolveu processar o clube por direitos trabalhistas. Foi um dos jogadores mais cobrados pela torcida e, segundo informações da imprensa, ele e sua família vêm sofrendo ameaças. Enfim, nunca saberemos ao certo os bastidores desta novela tão dinâmica.
Elano assume a equipe nas próximas sete partidas que restam, tem apoio e confiança da torcida. Os próximos confrontos são contra o Atlético Mineiro e contra o Vasco da Gama, em casa. Que as vitórias queimem minhas linhas.
Leia a versão são-paulina da partida.
Fotos de Djalma Vassão/Gazeta Press e Ivan Storti/Flickr Santos FC
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