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08.05.2017

Postado por Marina de Mattos Dantas

Quarenta e quatro vezes campeão mineiro!

Atlético 2×1 Cruzeiro – Final do Campeonato Mineiro 2017

Como eu disse no texto sobre o primeiro jogo da final, clássico é clássico e a gente sempre deseja que o Galo balance a rede adversária o máximo de vezes possíveis. Dessa vez ele atendeu ao meu pedido (aos nossos pedidos)!

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Durante a semana passada, muitas pessoas apostaram que esse segundo jogo seria morno, com o Atlético, novamente, administrando o empate. Torcedores de toda Minas Gerais apostavam que o time rival saberia tirar proveito da lentidão no ataque e de alguma desorganização da defesa atleticana. E o Cruzeiro até começou o jogo indo para cima mesmo, obrigando o Galo a se fechar.

Do lado atleticano, o que parecia prevalecer, de início, era uma afobação costumeira de fazer a bola chegar ao Fred de qualquer jeito, recorrendo aos famigerados chutões. Porém, ainda que no sufoco, a defesa interceptava com sucesso as investidas cruzeirenses.

O gol forçou o Cruzeiro a jogar mais compassadamente e a ficar mais em seu campo. Alternando momentos de afobação (com Robinho tentando levar a bola ao ataque sozinho e com as tentativas de ligações diretas do time com o Fred) e de paciência, o Galo dominava o jogo com confiança (a despeito dos chutes furados de Fábio Santos que matam a gente do coração).

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Ainda que o Galo não demonstrasse uma sintonia perfeita, o Cruzeiro não encontrava espaço no campo adversário e isso foi ótimo. Com 41 minutos o adversário tinha apenas duas finalizações (senda a primeira aos 36). As falhas da defesa atleticana eram diretamente proporcionais à falta de organização do ataque cruzeirense (amém).

O Galo não abaixou a crista diante desse início de jogo um pouco desajeitado. Logo aos 12 minutos, Robinho e Fred, em uma invejável disposição, começavam a construir juntos a jogada que culminou no primeiro gol alvinegro. A dupla construiu bem a confiança do time nesse primeiro tempo subindo junta para o ataque, o que culminou no segundo gol impedido (só que não) de Robinho.

Fred foi fundamental nas defesas. Robinho estava bem disposto, caindo, levantando e buscando a bola (será que veremos essa atitude toda daqui para a frente, na Copa do Brasil e na Libertadores? Espero que sim…). Com os impressionantes 70% de posse de bola para o Cruzeiro, a preocupação era o cansaço do time do Galo na segunda etapa da partida.

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No segundo tempo, a despeito das desconfianças sobre o fôlego do time, o Galo continuava indo para cima deles, demonstrando que estava disposto a manter a motivação extra.

Mas a entrada de Ábila mudaria o jogo. Aos 7 minutos, o gol do atacante acendia a esperança do time de azul. Foi a vez do Cruzeiro se afobar e arriscar uns chutes de longe sem pontaria. Com o Cruzeiro finalizando bem mais no segundo tempo, foi a hora da torcida atleticana dar aquela (necessária) força a mais.

Se o Mano mexeu bem, oferecendo mais confiança ao seu time, Roger demonstrou que não deixaria barato, e logo tratou de cortar as asas da raposa (estou ciente que raposa não tem asas, risos). O técnico fez sua parte, colocando oxigênio no time que começava a demonstrar sinais de algum cansaço. Otero deu lugar a Maicosuel e, em seguida, Cazares a Robinho (e, já nos “finalmentes”, Adilson a Danilo).

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O Galo precisava mostrar que continuava efetivo. E tentou manter a bola lá no ataque. Com as modificações, Roger obrigou o Cruzeiro a colocar o pé no freio novamente, e com isso o Galo voltou a crescer.

Cazares já chegou causando, dando chance a um quase gol de barriga de Fred. Em sua segunda jogada em campo, veio o golaço de Elias! O equatoriano ainda teve a chance de perder seu próprio gol, aos 48 minutos.

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Pelo retrospecto, os minutos finais de um jogo matam qualquer atleticano do coração porque a gente sempre imagina que algo vai dar errado. Mas Victor tratou de acalmar o time nos minutos finais, deixando os cruzeirenses possessos. Os jogadores sabem que nesse momento precisam inflamar a torcida e foi isso o que fizeram, souberam bem usar o tempo que tinham em suas mãos a seu favor.

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O despertar do Galo Doido anda acontecendo de uma maneira ainda um pouco estranha aos olhos da apaixonada torcida atleticana. Nesse jogo, o Atlético superou seus defeitos com a boa e velha vontade de vencer. Espero voltar a ver Fred e Robinho jogando assim e que a equipe continue sabendo administrar com consciência e paciência os defeitos de seu time (que ainda são muitos). A inflamada torcida atleticana precisará aprender a lidar com a serenidade de Roger e espero que, combinada com uma disposição extra de Robinho e Fred, o Galo possa colher bons frutos dela.

 

Fotos de Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

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